domingo, 29 de junho de 2008

LOHAS - O consumidor do futuro



LOHAS é uma sigla de Lifestyles of Health and Sustainability, ou Estilos de Vida de Saúde e Sustentabilidade, um segmento de mercado focado em saúde, em fitness, no meio ambiente, no desenvolvimento pessoal, em uma vida sustentável e em justiça social. É um mercado estimado em US 209 bilhões atualmente nos Estados Unidos, representando aproximadamente 20% da população de adultos.

Estes consumidores representam o futuro de todos os negócios e o futuro das mudanças econômicas, sociais e ambientais que virão a ocorrer em todos os paises minimamente desenvolvidos.

Os principais setores da economia impactados por estes consumidores são:

1. Saúde Pessoal: Produtos orgânicos e naturais, produtos nutricionais, cuidados integrais com a saúde, suplementos alimentares e produtos para a mente, o corpo e o espírito;

2. Edificações verdes: casas certificadas, produtos e práticas de consumo eficiente de energia (Enegy Stars), pisos e revestimentos sustentáveis, sistemas de energia renovável e madeiras alternativas;

3. Eco-turismo: viagens de co-turismo e eco-turismo de aventura;

4. Estilo de vida natural: Móveis de casa e de jardim, suprimentos de limpeza orgânicos, lâmpadas fluorescentes compactas, filatropia para mudanças sociais e vestuário;

5. Transportes alternativos: veículos híbridos, biodisel, programas de compartilhamento de carros;

6. Energia alternativa: créditos de energia renovável e precificação verde.

Estes consumidores, além de já representarem uma parcela significativa do mercado norte-americano, servem como paradigma e como referência para os demais consumidores que serão os seguidores destes novos padrões de consumo e de ação social. No Brasil, a situação não difere da dos Estados Unidos, muito embora não hajam dados de pesquisa que nos permitam quantificar com precisão este segmento de mercado.

Mas a sua empresa, seja de que ramo for, deve estar preparada para atender e para administrar o impacto que este segmento de consumidores terá sobre as práticas de consumo de um modo geral.

Empresas "lohasianas" e que pratiquem o "capitalismo responsável" tenderão a ganhar novas participações de mercado, conquistando a preferência e o dinheiro deste segmento de consumidores. Para que isto ocorra, é necessário que o assunto da sustentabilidade entre definitivamente na agenda estratégica dos negócios como um fator que a curto e médio prazos criará um diferencial competitivo relevante para as empresas que consigam colocar em prática e comunicar adequadamente ao público suas práticas sustentáveis.

É a onda verde chegando, agora para valer e de forma irreversível, e que pode se transformar em uma verdadeira tsunami na área empresarial.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Liderança verde: 4 lições de negócios com Anita Roddick


Anita Roddick fundou em 1976 na Inglaterra a Body Shop, empresa fabricante e varejista mundial de produtos cosméticos e de beleza, inspirados na natureza e produzidos de forma ética.
Atualmente, são mais de 2.100 lojas em 55 paises com uma gama de 1.200 produtos, 100% não testados em animais e produzidos com matérias primas naturais.
Muito antes da onda dos produtos verdes ganharem a importância que têm hoje no mercado, Anita atuou como uma empresária ativista e apaixonada pelas causas que envolvem a preservação do planeta.
Por seu pionerismo, ela sabe melhor do que a maioria de nós como gerar negócios bem-sucedidos sem abrir mão do compromisso ético de preservação do meio ambiente.
Os princípios básicos da sua companhia são:
- Ser contra o teste de produtos em animais;
- Apoiar a comunidade;
- Aumentar a auto-estima das pessoas;
- Defender os direitos humanos e;
- Proteger o nosso planeta.
As quatro lições para um negócio bem-sucedido e ecologicamente correto, apreendidos com a sua experiência são:
#1. Crie uma cultura
Os princípios da sustentabilidade precisam ser defendidos e praticados em cada função e em cada unidade operacional. Discuta a sua cadeia de suprimentos ou as questões financeiras ao lado das perspectivas ambientais e éticas.
#2. Inove constantemente
Esta é a forma como você define e sustenta uma marca líder. Sempre lance novos produtos,sempre procure ingredientes novos e incomuns, sempre busque novas estratégias de redução do desperdício. Esta é a forma como se contrói a lealdade dos consumidores.
#3. Nunca desista
Estratégias sustentáveis ajudam a empresa a se diferenciar da concorrência mas também podem significar que a sua empresa está comprometida com uma alta ferformance. TRansparência e compromisso com os valores de longo prazo do negócio são fundamentais.
#4. Seja apaixonado
O compromisso de uma empresa com atividades sustentáveis devem ser agressivamente perseguidas para terem efeito. Este compromisso deve permear
- os valores fundamentais da empresa
- a comunicação
- o interesse pela comunidade.
São dicas de uma antiga e experiente lutadora da área de negócios verdes. Vale a pena refletir!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Marketing digital: mídia ecologicamente amigável


Entre as grandes mudanças de comportamento que as empresas deverão adotar para se tornar ecologicamente amigáveis, existem práticas de marketing que deverão ser necessariamente revistas pelo impacto negativo que sua utilização tem sobre o meio ambiente.

Os marketeiros de um modo especial, terão grande influências na conscientização do consumidor sobre a necessidade de implementação de iniciativas verdes por suas empresas mas eles próprios terão que prestar contas à sociedade sobre o impacto ambiental de utilização de algumas mídias.

Vejamos então os seguintes exemplos:

- O consumidor americano recebe por ano 4 milhões de toneladas de correspondência impressa INDESEJÁVEL por ano e estas "porcarias" consomem aproximadamente 100 milhões de árvores para a sua produção;

- Uma simples página de publicidade em uma revista de leitura popular pode representar a emissão de 7 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, considerando toda a cadeia de valor envolvida.
Fontes:
1 "50 Simple Things You Can Do To Save The Earth," Earthworks Group
2 Institute of Sustainable Communication (ISC)

Obviamente isto não significa que os gestores de marketing deverão mudar suas práticas radicalmente de uma hora para outra. Mas é recomendável do ponto de vista ambiental que estes profissionais destinem parcelas crescentes de seu orçamento anual de investimentos para mídia digital, mais amigável ecologicamente do que a mídia impressa.

Razões não faltam para tanto, e passam pela tendência de desenvolvimento do e-mail marketing, de anúncios na Internet e no incremento de uso de técnicas de "mobile marketing" que são beneficiadas pela convergência de tecnologias no aparelho celular.

Paralelamente, poderemos acabar descobrindo que em muitos casos esta migração de meios poderá trazer uma maior efetividade no atingimento de alguns nichos de mercado e poderá melhorar os métodos de mensuração do retorno dos investimentos feitos em marketing, já que a métrica disponível na mídia digital é muito mais precisa do que a da mídia de massas.

domingo, 15 de junho de 2008

Embalagens: consciência ambiental versus conveniência do consumidor



Até que ponto os consumidores brasileiros estariam dispostos a abrir mão de conveniência no uso das embalagens utilizadas pela indústria e pelo varejo para beneficiar ao meio ambiente?

Esta é uma dúvida que inquieta a empresários e executivos brasileiros.
Para que modelos de empresas verdes sejam efetivamente colocados em prática, é necessário que as mudanças de processo e as melhorias implementadas nos negócios sejam acompanhadas por mudanças da cultura de consumo e das expectativas do consumidor final.

Caso contrário, uma mudança de processo, como é o caso da substituição de embalagens para a preservação do meio ambiente, pode ter um efeito negativo sobre as vendas e sobre o nível de satisfação dos consumidores.

A Nielsen desenvolveu um estudo mundial no princípio do ano de 2008 que nos dá algumas pistas de como o consumidor brasileiro poderia reagir sobre este assunto. Aproximadamente 7.000 consumidores foram pesquisados em 47 mercados pelo mundo e responderam a esta pesquisa.

“Como a evolução e a consiência global sobre o meio ambiente continua a crescer, os consumidores pelo mundo estão demandando mais ações dos lojistas e dos fabricantes de produtos de consumo embalados para proteger o meio ambiente. Apesar das embalagens ecologicamente amigáveis não serem uma prioridade para os compradores hoje em dia, certamente é uma prioridade crescente que principalmente a indústria de alimentos não pode ignorar, diz Shuchi Sethi, vice-presidente da Nielsen Customized Research.


Os resultados que podem ser vistos no gráfico acima, indicam que
quase metade da população pesquisada estaria disposta a abrir mão de alguns aspectos ligados à conveniência das embalagens para beneficiar ao meio ambiente.

Mas é importante se observar que a resistência cresce com relação aos aspectos da embalagem ligados à higiene e conservação dos produtos.

Cabe destacar também que apenas 10% da população pesquisada se recusa a aceitar qualquer tipo de alteração das embalagens existentes. Portanto, é evidente que existe um espaço para que se façam avanços neste sentido.

Cabe a cada empresa descobrir os pontos mais sensíveis de rejeição apresentados por seus consumidores e a introduzir através de melhorias contínuas estas alterações que deverão sempre ser acompanhadas sempre de muita informação visando a conscientização e a mudança da cultura de consumo.





terça-feira, 10 de junho de 2008

Consumidores verdes: a dimensão e as características deste mercado



Vamos colocar as coisas nas suas devidas dimensões.


Sabemos que precisamos passar por um processo de mudança em nossos hábitos de consumo e de produção se quisermos agir de forma responsável com o futuro do planeta. Mas quantos cidadãos / consumidores estão realmente conscientes da sua parcela de responsabilidade diante deste problema?




30% da população brasileira já percebe que os recursos naturais são esgotáveis

(fonte: pesquisa desenvolvida através de uma parceria entre o IBOPE e a ONG WWF-Brasil)

E qual é a parcela real de consumidores disposta a praticar hábitos de consumo ecologicamente responsáveis?

6% da população brasileira se procura se certificar de que o produto que levam para casa é ligado a uma empresa que respeita o meio ambiente e questões sociais

Portanto, é pouco eficaz as empresas inundarem o mercado com produtos e serviços verdes se, de outro lado, não temos um consumidor preparado para entender e valorizar o esforço destas empresas.

A etapa em que estamos, é a de educar o cidadão para o consumo responsável.

As empresas sérias e realmente empenhadas em contribuir para a sustentabilidade do planeta, devem iniciar a implementação de seus planos de ação com atitudes que proporcionem a educação e a consientização dos consumidores.

O nível atual de informação da população fica bem exemplificada nas atitudes tomadas no dia-a-dia das pessoas:

- 87% dos brasileiros não desperdiçam água quando escovam os dentes;

- 43% não gastam mais do que dez minutos para tomar banho;

- 42% dos brasileiros que não têm carro utilizam transporte público, mas, sempre que possível, preferem se locomover a pé ou com bicicleta;

- 26% dos que não têm carro utilizam sempre o transporte coletivo;

- 13% andam somente de carro e, quase sempre, sozinhas;

- 31% levam em consideração apenas o preço dos produtos.

Portanto, ainda há muito a ser feito.

Mas, como desafio inicial aos técnicos de marketing, fica a necessidade de que esta minoria consciente seja mapeada e identificada, pois ela certamente será o referencial a ser seguido pelos segundos aderentes da onda de consumo verde.

Identificar os formadores de opinião e os propagadores da cultura de consumo verde representam um ótimo ponto de partida para a implementação de uma estratégia de marketing verde que se proponha a ser eficaz e duradoura ao longo do tempo.


quinta-feira, 5 de junho de 2008

Pão de Açúcar inaugura o primeiro supermercado verde da América Latina


Será na cidade de Indaiatuba com inauguração prevista para este dia 07 de junho.


A iniciativa incentiva uma prática de consumo sustentável, oferecendo informações sobre o assunto, desenvolvendo processos de reciclagem e aproveitamento de resíduos envolvendo funcionários, fornecedores e consumidores nesta causa.


Entre as novas iniciativas a serem implementadas, será oferecida uma nova opção ao uso das sacolas plásticas que agridem ao meio ambiente.

Aos quatro primeiros modelos de ecobags já existentes, que carregam estampas de animais em extinção e que tem a sua renda revertida para projetos da Fundação SOS Mata Atlântica, se juntam seis novas opções de sacolas fabricadas em algodão nas estações de reciclagem da rede e que trarão estampadas a frase "eu sou uma sacola verde" (lembre-se: de acordo com a boa técnica, não basta ser verde, tem também que PARECER verde). Quem teve a oportunidade de ler o arquivo de nome "A ESTRATÉGIA DO VAREJO VERDE", verá que este parece ser um caso exemplar de bom uso das técnicas de marketing verde. Vale a pena conferir este material que está bem aqui ao lado, neste blog (download GRÁTIS liberado).


Estarão disponíveis também caixas de papelão, sacolas kraft e saquinhoS de papel com certificação do Conselho de Manejo FlorestaL. Algumas embalagens do ponto de venda que antes eram feitas de isopor terão agora como matéria prima a fécula de mandioca, que é uma opção biodegradável. O estacionamento da nova loja tem vagas demarcadas para meioS de transporte ecológicos como carros que utilizam biocombustível e bicicletas e as chamadas "Caixas Verdes" estimulam a reciclagem pré-consumo, convidando os clientes a descartarem as embalagens antes de levá-las para casa.


Embora ainda de forma muito precoce, sugiro dar uma olhadinha no blog de negócios "ECOBAG Shop", que encontra-se em fase de desenvolvimento: http://ecobagshop.blogspot.com/

O Pão de açúcar está dando um show de bola em matéria de marketing verde. Pelo menos é o que parece. Vamos aguardar agora a inauguração.

E você empresário, você varejista, o que está esperando para dar a sua contribuição para o meio ambiente e para turbinar seus resultados com uma estratégia verde?

Quem não está correndo, corre o risco de ficar para trás...
O mercado não perdoa!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Ecobags: O caso da Abril


Apenas para exemplificar o assunto que foi tratado no post anterior, segue a campanha da Abril que está dando ecobags exclusivas de brinde na assinatura das revistas do grupo.

São três tipos de bolsa, uma para cada personalidade de cliente.

Vale a pena conferir o "case" no endereço abaixo:






Sustentabilidade e gestão empresarial


"A sustentabilidade do planeta somente vai apresentar uma evolução compatível com as necessidades do meio ambiente a partir do momento em que ela se tornar um grande negócio. Ganham todos. Ganha o planeta, ganham os cidadãos consumidores e ganham os empresários em geral."


- Alexandre Langer

domingo, 1 de junho de 2008

Ecobags: Sacolas retornáveis, uma solução viável

Terça, 15 de abril de 2008, 14h27

Países podem proibir ou substituir sacos plásticos

Da Austrália ao Reino Unido, e em todo o território dos Estados Unidos, políticos e empresa estão estudando a possibilidade de proibir ou tributar o uso de sacos plásticos. Na Irlanda, um pesado imposto sobre seu uso, adotado em 2003, estimulou o público a deixá-los de lado quase completamente, em favor de sacolas de compra reutilizáveis, de tecido.

Domingo, 01/06/2008 às 07h26

China proíbe distribuição de sacos plásticos

Governo pretende diminuir o desperdício e os resíduos de lixo; país consome cerca de 3 bilhões de saquinhos por dia.

Brasil: quanto tempo você acha que falta para que sejamos obrigados a tomar uma atitude sensata neste sentido?

Como já tratamos em artigos anteriores, as sacolas plásticas são as grandes vilãs ambientais do varejo em todo o mundo.
Já vimos também que a substituição das sacolas de plástico comuns por sacolas de papel ou de plástico oxi-biodegradável ainda não se demonstraram eficazes. Voltaremos no futuro a tratar destas duas alternativas de solução.
O que é possível de ser feito neste momento e que apresente viabilidade econômica e eficácia garantida?


A resposta está nas ecobags ou nas sacolas retornáveis, que atendem à agenda XXI no que diz respeito à mudança de padrões de produção e consumo e são soluções viáveis de serem utilizadas por todos os lojistas, podendo representar até uma oportunidade de negócio.


Uma família de 4 pessoas de classe média utiliza aproximadamente 1.000 sacolas por ano no varejo de um modo geral. Essas sacolas convencionais podem demorar até 500 anos para sumirem na natureza, contaminando rios e oceanos, matando animais quando da sua ingestão, por confundirem a sacola com alimento.

Segundo os ecologistas, estes são os benefícios de uso das sacolas retornáveis:

- Você se torna um consumidor do Século XXI, com responsabilidade ambiental;
- Você encerra sua atividade de plastificador do planeta - cada família com 4 pessoas polui o planeta com mais de 1.000 sacolas plásticas por ano;
- Ao utilizar 1 sacola retornável você deixa de utilizar aproximadamente 500 sacolas por ano;
- Você economiza recursos naturais e energia para a fabricação de bilhões de sacolas plásticas todos os anos;
- Ao adquirir as sacolas retornáveis você está ajudando a neutralizar suas emissões de carbono;
- A produção de sacolas plásticas e a dos demais produtos que consumimos diariamente emitem carbono, que é um gás do efeito estufa, que está aumentando a temperatura da terra.


http://funverde.wordpress.com/projeto-sacolas-retornaveis/

Para os lojistas, as ecobags podem representar uma oportunidade de assumir uma atitude ambientalmente responsável que será claramente percebida pela sociedade, contribuindo para a boa reputação do seu negócios.


As ecobags não precisam e não devem ser necessariamente eco-feias, com já falamos. Elas Podem ser bonitas e podem conter frases de engajamento na causa ambiental que ajudam a comunicar o posicionamento do seu negócio sobre este assunto. Para o seu uso adequado, é necessário também que seja desenvolvido um trabalho de conscientização dos consumidores, que deverão retomar o hábito de suas avós, levando de casa a sacolinha de compras debaixo do braço, quando eles forem à feira, ao supermercado, a farmácia, a vídeo-locadora...

Não tenho dúvida de que esta iniciativa representaria um bom começo na busca de um varejo ambientalmente responsável e com negócios mais saudáveis, do ponto de vista de seus resultados.
A outra alternativa, será o varejo esperar as restrições que certamente virão ao uso das sacolas de plástico.

Quem sabe desta vez, vamos ser pró-ativos?!?!?!?

Pensamento da Vez - Nietzsche


"Eu também quero a volta à natureza. Mas essa volta não significa ir para trás, e sim para a frente." [ Friedrich Nietzsche ]